quinta-feira, 13 de julho de 2017

étranger

Je suis l’étranger
Et ça peut se voir
Je ne parle pas
Tout-à-fait comme toi
Je viens de la plate-bande
Où les aubergines
Se violacent dès l’aube
Elles sont comme moi

                    Amarante

O caminho

Eu gosto do que há de mais tolo em mim. Costumo dizer que sou guiada por um moleque de nove anos. Carioca, claro!
E é só por isso que eu preciso escrever só para mim. Pois só eu suporto tanta imaturidade. Eu aguento os jovens, lembra?! 

Tem muita arrogância na minha escrita, muita rebeldia, muita pirraça. E, claro, mágoa para todos os gostos.

Ontem, 12/07/2017, ele veio chorar a dor de ser incompreendido nesta vida. Eu lhe contei a minha mais doce verdade, e pude ver um nó preso em sua garganta, que em seguida desceu seco, denso, pesado. Olhava no horizonte mesmo tendo um prédio à sua frente. Não havia horizonte. Seus pés batiam duros contra o chão: irritados, rancorosos, e tremiam de frio.
É o preço.
A sabedoria é remédio amargo, um caminho espinhoso e pra piorar, parece não ter fim.
A maioria das pessoas não querem percorrer esse caminho, ele é muito difícil e doloroso. E, portanto, fugirão de tudo aquilo que passe perto dessa trilha. Mesmo quando o caminho que escolherem for mais longo. 

Isso significa que, necessariamente, seremos solitários. Os assuntos comuns são recebidos com imensa alegria nas mesas comuns de bar: futebol, novela, seriados, celebridades. E eles são capazes de tratá-los por longos períodos num único dia. A bem da verdade, como nós também fazemos com os nossos interesses. Somos iguais em polos diferentes. 

- Não ouse  insistir em seus assuntos cansativos à mesa. Nós não teremos tolerância. - Dizem.

Cabe a nós, que já percebemos as fraquezas deste adversário, observar com cautela este desejo sombrio de covardia tomar nossos pensamentos. Devemos perceber, também, o valor da cortesia e o poder da compreensão.
Compreender que cada um tem o seu tempo. E o tempo, ahh o tempo, tem regras próprias. Recuar diante de um histérico é a atitude mais sóbria a se tomar, desde que seu desejo original não seja o de desequilibrá-lo completamente.

Iremos encontrar almas raras pelo caminho, e seremos felizes se formos capazes de aproveitar cada momento, que deverá ser igualmente raro, dessas companhias. São uma espécie de almas gêmeas, almas irmãs e nos trazem grande alegria sempre que aparecem. Serão elas nossa trégua nesse campo de batalha, onde a luta é contra mundo interno e externo. 

Aparentemente, para sempre.

sábado, 8 de julho de 2017

Debate social

Eu: preciso de liberdade
Sociedade: pra quê você precisa disso?
Eu: para viver!
Sociedade: já comprou um plano funerário?