segunda-feira, 25 de abril de 2016

Oh pedaço de mim

As profundezas de mim
o escuro lago verde
cheio de algas e lodo
borbulhou

no espelho da desgraça
deus se manifestou
pude sentir o odor fétido
de toda a sua arrogância

lá vem o ar frio desta imensa solidão

meu corpo vibrava
gerando ondas densas
de sentimentos sem nomes
de crises sem amor

ele se apossou de mim
tirou as rédeas
da minha propria vontade
ele fez casa nos meus braços

eu estou embriagada de abandono

o amor, tão desordeiro
não quis poupar
o amor, esse vilão
roubou-me de mim

fez corda e violão
fez sanfona, acordeão
a angústia e a esperança
sufocando-me astutamente

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