quarta-feira, 27 de julho de 2016

Desabafo a minha loucura

Ela me abandonou de novo
Mandou reclamar com deus
Me chamou de burra e egoísta        
Falou que no inferno há lugar pra mim
                       
Faz tempo desci ao inferno
Fantasmas, amores, uma obrigação de dar certo,
meus pais, meus irmãos, meus amigos.
Que medo de perder a todos.
Por isso abandonei antes. Como sempre faço. Observar à distância.
Meu orgulho exige.
Meu peito grita alto: - Você não é idiota. Eles estão debochando de você. E, claro, com maus ouvidos, você corre.
Para longe. Longe da dor de ser usada,
longe da dor de amá-los,
longe do medo de perdê-los.

Sobe pras montanhas.
Lê Nietzsche e o escambal.
Sorri na primeira frase de impacto.
Você evoluiu de novo - Grita o ego inflamado.
Que máximo! Agora você sai para contar à todo mundo.
Vai cuspir na face dos desgraçados que não entendem o quanto você é divina,
iluminada,
como você sofre por isso,
que digno,
quanta nobreza!

Mas quando a loucura pede olhos atentos, você sorrir.
Não sabe bem o que dizer.
Você não sabe o que dizer.
Dentes amarelos, a vergonha em óleo sobre tela.

É péssima se comunicando, mas fica toda prosa quando os gurus da comunicação dizem que fala bem.
Os gurus também são por sua conta.
Você é uma idiota e vc sabe disso.
No fundo é alguém que não entende de amor.
Isso, mais um gole.
Vai fundo. Vai pro fundo. Vai ver o inferno.

Eu tenho um bar novo. Vi esses dias.
Hoje é Terça feira, pode estar fechado.
Cara... e a puta pedindo pra baixar o vidro?
Cara... que louco.
Acho que ela se viu puta e foi embora.
Ela não fala com clareza e isso me irrita,
mas eu faço o mesmo.

Eu morro de forma estranha.
Eu sempre aceito morrer.
Talvez por isso já esteja no inferno.
Eu não sabia o que dizer, mas dei meu show desesperado.
Apesar de acreditar muito neste meu desespero,
eu acho que sempre é desespero.

Nãooo.. eu só me desespero no desespero.
E isso é muito assustador.
Pra mim e para o outro.

A vida tem um jeito implicante.
Bate-me com mais frequência.
Leve, mas recorrente.
Por isso não gosto de tapinhas, apesar de ser imune a eles.
Já tomo bastante tapa da vida.
Acho que subestimei o desafio sabendo que as chances de serem difíceis eram gritantes.
Não sei. Melhor não saber. Não agora.

Enquanto eu grito, eu choro, eu filosofo, eu tento entender.
Mas confesso que estou me valendo numa posição confortável.
- Você só tem uma concorrente que não concorre com você.
- Concorre sim!
- Ela foi embora de novo.
- Você abriu os portões. Foi pedante e covarde. Você implorou atenção.
- Eu implorei no momento que entendi. Mas elas não quis saber. Nunca quer.

Deixa ela ir.
Pode ser melhor.
Não sei ainda o que é.
Pode ser o pior: é tão bom e tão ruim.

Preciso me controlar.
Meu coração está pedindo paz, meu coração está perdido.
Não temos essas habilidades.
A gente transa no papai-mamãe.
É uma delicia.
Cabelos no meu rosto.
Cheiro de mulher.
Eu gosto muito de mulher, mas não entendo nada nelas.

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