Tudo é tão frívolo e tão sagrado.
Eu penso que devia seguir o dever.
No entanto, a vida é tão rara, tão breve,
é tudo tão intenso, tão verdadeiro e tão breve.
O cheiro, o suor, o beijo, a boca, as histórias,
os delírios. Tudo é nosso. Só nosso.
Mas a vida tem seus próprios motivos.
E o que hoje segue ao meu lado e dentro de mim
tiver que seguir por outro caminho, eu queria poder
fazer um último pedido. E mesmo se eu não puder, eu quebrarei novamente a regras
pedindo, se você puder, que me encontre no final
para um café, um beijo e um forte abraço.
Ana
sábado, 26 de agosto de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Auto conhecimento
Por que o autoconhecimento dói tanto?
Porque não suportamos a verdade sobre nós mesmos. É feia demais. Eu crio todos os dias idéias de mim lindas, encantadoras, vencedoras. Seja na carreira, no amor, com os amigos. E ideias nefastas sobre os mais fracos, os mais pobres de espírito e de grana, dos doentes, dos mais burros, da mesquinhez. No entanto, quando eu vou olhar para a minha verdade, ela é igual ao que eu desprezo ou pior. Na maioria das vezes ela é pior.
Então, neste momento, eu entro numa mar de angústias porque eu tenho vergonha de ser o que eu descobri, e ainda mais vergonha de reconhecer para os outros. Essa força paralisadora é tão forte que te impede de seguir o óbvio. Por exemplo, em todas as cenas no qual uma pessoa reconhece um erro, ela é absolvida ora pela compaixão, ora pela admiração de quem assiste. Logo, podemos concluir que a sociedade é extremamente simpática ao reconhecimento público das próprias falhas. Logo, reconhecer erros deveria ser algo usado largamente por todos aqueles que gostariam de ser bem vistos em sociedade. Mas não é. Mesmo sabendo disso fazemos o contrário.
E que vergonha é essa ? É imaginar que os outros possam ver aquilo que você viu e não gostou.
Ana Cabral
Porque não suportamos a verdade sobre nós mesmos. É feia demais. Eu crio todos os dias idéias de mim lindas, encantadoras, vencedoras. Seja na carreira, no amor, com os amigos. E ideias nefastas sobre os mais fracos, os mais pobres de espírito e de grana, dos doentes, dos mais burros, da mesquinhez. No entanto, quando eu vou olhar para a minha verdade, ela é igual ao que eu desprezo ou pior. Na maioria das vezes ela é pior.
Então, neste momento, eu entro numa mar de angústias porque eu tenho vergonha de ser o que eu descobri, e ainda mais vergonha de reconhecer para os outros. Essa força paralisadora é tão forte que te impede de seguir o óbvio. Por exemplo, em todas as cenas no qual uma pessoa reconhece um erro, ela é absolvida ora pela compaixão, ora pela admiração de quem assiste. Logo, podemos concluir que a sociedade é extremamente simpática ao reconhecimento público das próprias falhas. Logo, reconhecer erros deveria ser algo usado largamente por todos aqueles que gostariam de ser bem vistos em sociedade. Mas não é. Mesmo sabendo disso fazemos o contrário.
E que vergonha é essa ? É imaginar que os outros possam ver aquilo que você viu e não gostou.
Ana Cabral
o amor pelos homens
Zaratustra desceu sozinho das montanhas sem encontrar ninguém. Ao chegar aos bosques deparou-se-lhe de repente um velho de cabelos brancos que saíra da sua santa cabana para procurar raízes na selva. E o velho falou a Zaratustra desta maneira:
“Este viandante não me é desconhecido: passou por aqui há anos. Chamava-se Zaratustra, mas mudou.
Nesse tempo levava as suas cinzas para a montanha. Quererá levar hoje o seu fogo para os vales? Não terá medo do castigo que se reserva aos incendiários?
Sim; reconheço Zaratustra. O seu olhar, porém, e a sua boca não revelam nenhum enfado. Parece que se dirige para aqui como um bailarino!
Zaratustra mudou, Zaratustra tornou-se menino, Zaratustra está acordado. Que vais fazer agora entre os que dormem?
Como no mar vivias, no isolamento, e o mar te levava. Desgraçado! Queres saltar em terra? Desgraçado! Queres tornar a arrastar tu mesmo o teu corpo?”
Zaratustra respondeu: “Amo os homens”.
“Pois por que — disse o santo — vim eu para a solidão? Não foi por amar demasiadamente os homens?
Agora, amo a Deus; não amo os homens.
O homem é, para mim, coisa sobremaneira incompleta. O amor pelo homem matar-me-ia”.
Zaratustra respondeu: “Falei de amor! Trago uma dádiva aos homens”.
“Nada lhes dês — disse o santo. — Pelo contrário, tira-lhes qualquer coisa e eles logo te ajudarão a levá-la. Nada lhes convirá melhor, de que quanto a ti te convenha.
E se queres dar não lhes dês mais do que uma esmola, e ainda assim espera que tá peçam”.
“Não — respondeu Zaratustra; — eu não dou esmolas. Não sou bastante pobre para isso”.
O santo pôs-se a rir de Zaratustra e falou assim: “Então vê lá como te arranjas para te aceitarem os tesouros. Eles desconfiam dos solitários e não acreditam que tenhamos força para dar.
Trecho de Assim Falava Zaratustra (Prólogo)
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