A corrupção e a completa indiferença ao povo criou uma massa ignorante e pobre.
A pobreza tirou a esperança e criou revolta.
A revolta criou oportunidades no crime.
O aumento da criminalidade criou a necessidade de mais policiamento.
Cresce a repressão truculenta, aumenta o poder de fogo da bandidagem.
A policia perde completamente o respeito dos favelados e dos maconheiros da PUC,
que vire e mexe são interpelados na saída da rocinha.
Os policiais são os pobres que aprenderam a ler
e interpretar texto de forma básica.
Passaram num concurso público medíocre e com isso ganharam armas
e a plausível ilusão de poder absoluto.
O policial acredita que todos os outros meninos
que cresceram com ele naquele bairro vagabundo (de onde ele não sai)
teriam as mesmas condições de criar uma nova realidade (como ele fez entrando para a polícia).
A apesar de acreditar secretamente de que ele próprio trata-se de algum tipo de gênio,
e que a prova de admissão é difícil demais pra ralé passar.
Como dispõe da mesma moral dos pivetes de seu bairro,
ele começa a se corromper na corporação.
Ganhando pouco e com uma vontade louca de se diferenciar na vizinhança,
ele passa a cobrar propina de viciados e bêbados madrugadas afora (como fazem as putas).
Afinal de contas, a Polícia paga muito mal para "Proteger" a vida.
Não é mesmo, Doutor?
No fundo ele odeia o fato de ter de baixar a cabeça para o patrão
e descarrega sua ira no preto macaco filho da puta que está vendendo cocaína
...indevidamente
...para o maldito playboy viciado.
Isso eu não posso falar para o doutor... é filho dele.
Agora graduado na rua,
ele se torna o algoz da comunidade.
- A macacada faz dinheiro no morro. É lá que vou ganhar o meu.
O policial vira classe média com o tráfico de drogas e com as propinas nas blitzes.
Ah... os favelados.
Se tivessem educação em administração e capacidade de planejamento, fariam da favela, Dubai.
Enquanto isso, a classe media intelectualizada vai ao desespero com o aumento da violência
nas cidades, onde a população pareceu se acostumar.
- É só fechar os vidros; - não ande nas ruas de noite; - não use celular na via pública.
Estão acostumados. Tão acostumados como os favelados que já não correm de tiroteios.
Com a incapacidade de reação do povo, que é historicamente passiva, a corrupção já é oceânica.
Em meio a esse caos cego, o Brasil parece ter chegado no seu limite, é uma bomba e está com
seu pavio incendiado.
Uma tal de lava jato mexeu no palito que equilibrava a porra toda.
Enfim..
Enquanto o menino berra por liberdade no metrô de São Paulo, a população furiosa com essa
mania que nego tem de achar que pode ser livre em sociedade, gritam inflamados por mais mortes.
Mortes nos presídios, mortes nas lojas saqueadas, morte aos pretos traficantes.
A juventude, pouco acostumada à crise, bate boca como todo bom adolescente.
Como não aprenderam a pensar, demoram em encontrar soluções para problemas urgentes.
Falam como matracas sobre assuntos que nunca assuntaram, mas já têm opinião formada.
As famílias dos policiais resolveram fechar os quartéis e entregaram a população ao ódio.
Já temos mais algumas dezenas para a conta de 2017. E só estamos em fevereiro.
Os policiais, acostumados a truculência, estranhamente se negam a jogar bombas de gás e balas de borracha.
Que estranho (sqn).
Meia dúzia de gato pingado provocou uma chacina em horário nobre na terra do Espírito Santo
em fevereiro de 2017, mês do carnaval.
Neste momento, o responsável por controlar a porra toda está sendo indicado ao STF, vejam que coisa.
Dizem que é por mérito.
Cada povo, uma moral.
Fazer o quê?
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